24.3.06

Midia e democracia

Sou super fã do blog da Soninha . Acho o máximo que ela usa um blog pra cobrir assuntos e polêmicas que volta e meia acontecem dentro do plenário (e ela conta tudo que é bafón na íntegra), e ainda consegue gerar uma discussão em torno do assunto através do sistema de comentários. Muita gente que talvez não se interessaria por política acaba entrando no meio pelo tom acessível que ela usa - e claro, pela imagem jovem. Isso é o que eu chamo de mídia democrática.

(by the way, o que ela faz é exatamente o tema do minha monografia - por isso o interesse.)

Falando em mídia e democracia, Soninha anda defendo a idéia de que a mídia brasileira devia ser mais caruda e tomar suas devidas posições , em vez de deixar mensagens embutidas e confundir o público. Disse ela:

"Sim, eu sou do PT. E dou aos que me lêem a chance de avaliar o que escrevo sabendo disso. Dentro dos corretíssimos apelos por transparência nas próximas eleições, eu incluiria um: que a mídia explicitasse suas preferências, como a Carta Capital fez em 2002. Ou como a Folha fez, quando defendeu a cassação de José Dirceu. Que Roberto Civita, por exemplo, declarasse em editorial na Veja: “Alckmin é meu candidato a presidente, e José Serra ao governo do estado”. Não estou deduzindo, não. Eu sei. Fontes seguríssimas. "

Eu também sou super a favor de uma mídia mais partidária. Não tem nada de errado saber de que lado certas pessoas estão, desde que aja espaço pra todo mundo dar opinião de maneira justa (aqui na Inglaterra, as coisas acontecem assim: todo jornal é assumidamente de direita ou esquerda). O problema é que enquanto o sistema de educação no Brasil não ensinar os alunos a questionar o que são servidos - quase sempre empurrados - nunca vai existir democracia. Decorar pra passar na prova não ajuda ninguém, só faz com a que as pessoas tenham preguiça de pensar. A grande maioria dos brasileiros confia cegamente na grande mídia, e ainda tem aquela idéia de que "se saiu na Globo ou na Veja, só pode ser verdade." Nem sempre, meus caros, nem sempre. Se existisse mais diversificação, mais vozes com o mesmo tipo de projeção que certas companhias conseguem, talvez o Brasil fosse um lugar melhor pra se viver.

No comments: