26.9.06

Drunk Shakespeare


Essa é típica do humor inglês. Depois que o fundador da Royal Shakespeare Company declarou que Shakespeare sofria do "mal da manhã de segunda-feira" - ou mais conhecido como "ressacão do inferno" - críticos especialistas declararam que também o trabalho do bardo sofria com o mal. Enquanto a maioria de nós mortais pensava secretamente com nossos botões "não entendi bulhufas do que ele quis dizer", agora é possível mencionar em alto e bom som que realmente Shakespeare escreveu mesmo um bando de frases sem-sentido - porque encheu os cornos na noite anterior. John Sutherland, crítico do Guardian, foi ainda mais além: chamou a peça Macbeth de "um autêntico oceano de merda." Heh.

25.9.06

Cicarelli na Praia

então a última fofoca do mundo virtual é a trepada da Cicarelli na praia. Só fiquei sabendo ontem, e pra ser bem honesta, não achei absolutamente nada demais. Tá certo que o cara tava querendo se aparecer, andando de barraca armada na frente dos amigos, mas fora isso, achei a coisa mais normal do mundo. Celebridades também sentem tesão, ué. E se ela for esperta, ela ainda vai se dar bem: é só dar uma de Paris Hilton, se fazer de desentendida e embolsar milhões de reais com a nova fama.

By the way, já tem muita gente se aproveitando da tal da fama. Nem adianta procurar no YouTube por "Cicarelli dando na praia" porque vc vai achar tudo, menos a cena em si.

21.9.06

Mossy @ TopShop

Kate Moss vai criar uma coleção pra TopShop. Oh, god. Vou começar a tomar aulas de kung-fu. Me preparar pro lançamento.

20.9.06

CSS

ah, até esqueci de avisar: o J. foi no show do CSS no meu lugar (lucky bastard) e o videozim que ele fez da primeira música tá lá no meu Tubo. Diz que a Lovefoxx tomou uma chuva de garrafas de água. Mas diz que o povo gostou, mesmo assim.

19.9.06

Ando demais com a cabeça na lua pra conseguir escrever aqui. Dar update constante em um blog requer uma mente organizada e uma rotina mais ainda, repleta de eventos, pessoas, assuntos, e tempo. Não que minha vida não esteja assim - repleta. O problema é que está "repleta" demais, e não consigo parar, pensar, absorver e repassar tudo o que tem acontecido. Ou talvez seja o excesso de substâncias tóxicas que anda debilitando minha capacidade de comunicação.

Anyway, ontem mesmo cheguei a conclusão que sim, vou ficar em Londres, no matter what. Depois de três anos, só agora que eu estou sentindo que finalmente assentei, que me adaptei ao ritmo e lifestyle da cidade - só agora I'm feeling a true londoner. Alcóol e nicotina demais, horas dormidas de menos, livros lidos pela metade dentro de trens e ônibus, números de telefone anotados em inúmeras cadernetas, rostos novos toda semana, rostos conhecidos/amigos uma vez por ano, fashion que se auto-destrói em 6 meses, unhas descascadas, cabelos desgrenhados, bandas/peças/filmes da semana, baterias de gadgets sempre acabando, Ipods entupidos, se virar em mil pra pagar o aluguel sempre astronômico, viver de sushi de mercado e Coca Diet, reclamar do tempo, do transporte, e dos dias que passam rápido demais. Uma cidade cheia de ups & downs - mais downs do que ups - que só aprende a amar quem sobrevive a tal "fase da adaptação," aquela da depressão, desgosto e ansiedade.

It's rock'n'roll, but I like it.

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Enquanto as coisas vão entrando nos eixos - SE É que um dia vão entrar - arrumei um estágio na acessoria de imprensa dessa empresa de cosméticos. Pelo menos vou poder contrabalançar a rotina rock'n'roll da cidade com tardes servindo de guinea pig no Spa da empresa.

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Maggie O'Pharell. Almodóvar. Kasabian. Kurt Geiger.

Esses são os nomes que andam absorvendo minhas horas de hedonismo essa semana.

6.9.06

+ music

O Tio Gil Barbara aka devils conseguiu capturar com perfeição o meu ideal atual de uma balada FUN nesse podcast roqueiro. Tá pronto pra vir tocar nos pulgueiros de Shoreditch e Brick Lane, tio!

aliás, minha última contribuição pro rau tá lá também . Vaza.

Extra, Extra!

E quando a gente acha que não tem mais espaço na cidade pra mais outra publicação gratuita, eis que surge thelondonpaper. Jornal gratuito a la Metro (sem ser linkado com o xaropíssimo e retrógrado Daily Mail), com a diferença de ser divertido, moderninho e stilish. Aliás, as páginas de moda são um luxo. E o melhor, o jornal sai todinho na internet, pra vocês aí que quiserem saber o que anda rolando na capitaR de enteressante.

music, music, music


Outro álbum roubado (esse do cyberspace mesmo, desculpa aê) que eu anda no repeat faz umas duas semanas é o 4, dos - quem diria - Los Hermanos. Eu não sei porque raios eu tinha preconceito contra esses cariocas - deve ser por causa daquele hit "Ana Júlia" que fez os caras subirem - mas aí resolvi ler a matéria de capa da music issue da Jungle e eu gostei do que li:

"O brasileiro coloca tudo na mesma prateleira, não tem hierarquia. Isso é uma inocência valiosa, esse descompromisso, essa mistura é o que há de mais brasileiro. Nós não temos nenhuma obrigação de ser mais brasileiros do que já somos. As coisas boas têm essa incoerência, têm signos que se contradizem", disse Rodrigo Amarantes. O que foi o suficiente pra me convencer a roubar o álbum e escutar, por que eu sou fã de incoerência e de não ser mais brasileira do que já sou.

Que álbum lindo. Melancólico, romântico, destemido, auto-suficiente, esperto. Virei fã e se deus quiser os moços vão se apresentar pela primeira vez em Londres no aniver de 4 anos da Jungle.

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Outra notícia que veio do céu é minha diva querida Marisa Monte se apresentando no Barbican final do mês. Tó lá, bee.

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E tinha mais alguém que eu queria falar sobre, mas sendo 3 da manhã, já esqueci.

(18 minutos madrugada adentro...)

Ah, lembrei. Aqueles hypados que atendem pelo nome de CSS (Tired of Being Sexy, segundo a divulgação britânica), que tem uma vocalista que tinha um fotolog super visitado lá por 2002, e que canta puxando um R americanizado irritante, também vão dar as caras por aqui, em três shows. Até hoje só ouvi as duas músicas que estão no espaço deles, gostei pouco, e vou deixar pra ouvir o resto no aniversário da revista NME, na terça.

4.9.06

The Book.

Ontem, tcha-na-na-nam, comecei a escrever o livro. O LIVRO. O maldito livro que a 5 anos eu venho carregando na minha cabeça, que vive me cutucando, me deixando frustrada, que anda acabando com a minha auto-estima. Tinha terminado de escrever uma matéria, e milagrosamente não tive vontade de desligar o computador correndo e me jogar no (maravilhoso, fofo e imeeeenso) sofá (de couro preto, super sexy e style, nhaaami) . Levantei, peguei uma taça de vinho e escrevi o primeiro parágrafo. Escrevi primeiro em inglês, depois em português, e constatei que em inglês fica melhor e mais fluido, mas acho que em português vai ser mais libertador. Português será então. Terminei o primeiro parágrafo, achei que ficou um lixo, e anunciei na sala my new endeavour, onde meus flatmates esperavam acordados (eram 3 da manhã) pelo táxi que ia levar D. ao aeroporto. Pobre D., tinha chegado do Japão a apenas algumas horas e ainda meio tonto de jet lag conseguiu balbuciar "que coisa mais boêmia isso", referindo-se ao ato de escrever livro e tomar vinho na madrugada, antes de voltar a desmaiar no sofá (o outro, feio, pequeno e de pano beige). Fechei o arquivo, virei a quarta taça (branco, alemão, barato, e suavemente adocicado - ou como dizia o crítico da seção de vinhos do Observer, "a party pleaser") e me joguei no sofá sexy pelo resto da madrugada. Não sei quando vou abrir o tal do arquivo de volta.

1.9.06

superficial

Uma amiga minha, da época que eu morei nos States, chegou ontem em Londres depois de passar três meses trabalhando em um campo de refugiados no Zâmbia. Eu me senti estúpida. Como eu ia contar pra ela que estava pensando em fazer uma pós em fashion, quando ela passou esse tempo todo em meio a pessoas que mal tem o que comer, quanto mais vestir?

"Nossa, thais, ontem eu tava louca pra ir na TopShop, minha loja favorita, e quando cheguei lá comecei a chorar. Tudo isso é tão superficial, perdeu a graça." Minha cara ficou assim -> {:^|

Em vez disso, desatei a falar da fotógrafa que eu havia entrevistado no dia anterior, que trabalha pra Anistia e cobriu a guerra na favela da Rocinha. Porque aqui desse lado do hemisfério, é difícil não ser um pouco - ás vezes mais do que necessário - superficial.

Cabeçadas

Acho que já é hora de voltar aqui. Ando sentindo falta de expôr em público minhas jornadas falhas, meus defeitos de caráter, e mau-gosto cultural. Minhas empreitadas que nunca levam a lugar nenhum. Antes eu tinha vergonha de dizer que as coisas não tinham dado certo, que foi tempo perdido, ou que frustração estava evaporando por todos os poros do meu corpo. Hoje, quer saber: foda-se. Levanto os dois dedos pra quem se importa ou acha ruim. Ando frustrada sim, mas não ando desanimada. Pra ser bem sincera, ando bem feliz até. Desde que eu finalmente reconheci que o rabo é meu e eu não devo satisfações pra ninguém do que faço com ele, parece que um peso saiu das minhas costas. Ando até tendo novas idéias, coisa rara nos últimos, hm, três anos.

Argh, os últimos três anos. É terrivelmente desolador olhar pra trás e constatar que se pudesse, faria ABSOLUTAMENTE tudo diferente. Não ter planos pro futuro dá nisso: fico só analisando o passado. E meu sangue ferve quando lembro de episódios estúpidos, que eu poderia muito bem ter evitado. Por que é que eu não abri a boca quando devia? Ou corri atrás do que eu achava interessante em vez de seguir a cabeça dos outros? AHHHHH! Tem dias que eu tenho vontade de me estapear.

Maaas, como todo mundo responde cada vez que eu desando a falar sobre isso, "o importante é que você aprendeu com teus erros." Tá, tá. Bollocks pra isso. Queria mesmo é que existisse um jeito de eu apagar essas memórias, ou que uma máquina no tempo me transportasse de volta com essa mesma consciência de hoje pra eu poder mudar tudo. Arrependimento não mata, mas dá vontade de bater a testa na parede.

Que aliás, eu bati. Não de propósito, e não na parede. Fui me abaixar pra tirar as roupas da máquina de lavar, ainda meia dormindo, e dei com a cabeça na pia da cozinha. Bizarro esse negócio, eu sei. Não o de bater a cabeça, o de a máquina de lavar roupa ser embaixo da pia da cozinha. Meia hora depois ainda fui pegar um dos gatos do chão pra cortar a unha dele - tem sofá novo em casa - e dei outra cabeçada. Dessa vez na testa do J. que tentou pegar o gato ao mesmo tempo. Passei uma semana com um calombo arroxeado um pouco acima da sobrancelha esquerda.

***

Desde que eu roubei o CD da Lily Allen lá da redação da Jungle, não consigo parar de escutar. Eu não tinha entendido o hype todo em cima da menina, só sabia que era outro fenômeno vindo do MySpace. Agora entendi tudo. Não só a voz da moça é boa, mas as letras são excelentes. É uma arrancada sarcástica, desbocada e debochada atrás da outra, todas atiradas de uma maneira suave mas não menos certeira. E todas narram a rotina e os percalços de viver em Londres. Eu me reconheci em pelo menos 5 músicas. Em tempos como esses em que a música pop anda descabeçada e sem graça, Lily Allen é mais do que bem vinda. To Hell with Paris Hilton.