25.4.06

Finito!

Ou quase. Entreguei ontem a primeira versão da monografia. Agora é esperar uma semana pelo feedback, alterar o que for preciso, encadernar e já era. Tava me sentindo meio culpada por ter ficado até as 4 da manhã dando os retoques finais, mas foi chegar na faculdade de manhã e pelo menos metade da minha sala tava na biblioteca, rodeados de livros e escrevendo. It felt good :P

*

Então amanhã to zarpando pra Palma de Mallorca. O tempo não está lá aquela maravilha de quente (22ºC), mas pelo menos vai ser um bom descanso. Só quero comer paella e tomar sangria na beira da praia.

**

Amanhã tô virando 2.4 - o tempo voa.

20.4.06

Well done, Al Gore.

Acho que todo mundo devia assistir esse filme.

Bored as hell

Jesus. Ainda bem que eu não vou fazer um mestrado logo na sequência. Duas semanas dentro de casa slaving away em cima dessa monografia e eu estou muito, MAS MUITO entediada. Escrever monografias é muito, mas muito chato.

18.4.06

Menos bundas, please.

Santa ironia. A sociedade britânica anda me afetando de maneira bastante intensa, parando pra pensar. Se eu fosse fazer uma retrospectiva e botar na balança a pessoa que eu era a três anos atrás e a pessoa que eu sou hoje, hmm, quanta diferença (a voz continua a mesma). De jovem libertária e desafiadora (a favor de drogas, sexo livre, 'tecnêra', all those things), ando me movendo gradualmente a uma posição mais, ahn, conservadora. Eu mesma ando surpresa com as minhas próprias opiniões.

Um exemplo? A história da semana passada sobre fundamentalistas islâmicos queimando cópias da Playboy em Jacarta. Não, não achei nada legal, até porque a Playboy da Indonésia não tem nem fotos de mulher pelada, mas me fez pensar na disparidade de padrões entre aqui e lá. Aqui nós somos inundados com imagens de mulheres peladas o tempo todo e em tudo que é lugar. Abre-se o jornal, lá estão elas. Ou melhor, nem precisa abrir. Jornais como o Daily Star e o Daily Sports estampam imagens de bundas e peitos em tamanhos desproporcionais na capa mesmo. Uma ida ao supermercado ou á um café, e dezenas de peitos e bundas nas capas das inúmeras lads mags (revistas masculinas) te recepcionam logo na entrada. Liga-se a TV e lá estão Jordan (na foto ali em cima) e Chantelle, dois dos ídolos maiores (e põe maior nisso) das adolescentes que imaginam que o tamanho do peito é diretamente proporcional ao sucesso profissional e inversamente proporcional ao tamanho do cérebro. Até nas livrarias, adivinha quem está em segundo lugar na lista dos livros mais vendidos? De novo a biografia (a segunda em menos de três anos) da 'abundante' Jordan, aka Katie Price, dessa vez contando sobre como é arrumar marido dentro de um reality show.

Vinda de um país onde toda propaganda de cerveja carrega bundas cada vez maiores e onde meninas sonham em entrar no Big Brother pra virar capa da Playboy ao sair do programa, eu não deveria estar incomodada com esse tipo de "liberalismo." Mas quando a rede de supermercados Sainsbury's anunciou que ia começar a cobrir as tais revistas masculinas com um filme plástico depois que clientes reclamaram do excesso de exposição de 'soft-porn', eu me peguei comemorando.

No site de debates do Guardian 'Comment is Free' , muita gente condenou a decisão e chamou isso de censura. Não é censura, é respeito ao espaço de quem não está afim de ser confrontado com imagens de "air-bags" ao ir comprar leite pro café da manhã . As revistas continuam lá, a venda pra quem quiser comprar, só não vão estar estar enfiadas na tua cara. Um leitor disse que qualquer mídia com teor sexual deveria estar disponível pra aqueles que "procuram" por elas ao invés de estarem expostas em prateleiras de lugares frequentados por crianças de 6 anos. Não poderia concordar mais. Se o sexo não estivesse tão exposto a ponto de virar banal hoje em dia, teríamos muito mais espaço pra outros assuntos mais relevantes e interessantes, e menos problemas de auto-estima.

E isso faz de mim uma senhora conservadora? Não sei. Mas sei que o Brasil bem que poderia começar a pensar no assunto também.

14.4.06

Preconceito?



Tá rolando uma briga bem interessante entre os jornais. O Guardian, no começo da semana, ficou mordido com a crítica que o The Sun fez ao príncipe William por ter se vestido de Chav numa festa de encerramento do primeiro termo do nobre no exército. "Chavs" , pra quem não sabe, são a representação mais baixa e repugnante da classe trabalhadora (ou pobre) britânica. Vivem vestidos de abrigos da Nike, ou qualquer outra marca esportiva famosa, não se separam de suas imitações baratas de bolsas Louis Vuitton e acessórios (principalmente bonés) da Burberry, e costumam empilhar correntes e brincos dourados no pescoço e nas orelhas. As mulheres normalmente colecionam piercings espalhados pelo rosto e costumam prender o cabelo num coque tão puxado que o rosto chega a esticar, enquanto os homens costumam colecionar tatuagens mal-acabadas. Ambos moram em apartamentos do governo (council houses), e costumam ter mais de 50% do já limitado vocabulário composto de palavrões. Não têm o hábito de estudar ou trabalhar, mas são especialistas em arrumar briga na saída do pub, fumar até cair os dentes, e produzir filhos (quanto mais melhor) antes dos 14 anos. São (minha definição) os sanguessugas do governo.

Pois bem, o The Sun insinuou, não, afirmou que era um absurdo o príncipe se rebaixar ao nível da escórgia nacional. O Guardian foi lá e disse que não entendeu como o tablóide teve coragem de publicar um artigo que ofende a maioria dos próprios leitores (o The Sun é o jornal mais vendido do país, e a leitura de cabeceira de classe proletária), e condenou a volta do "esnobismo", o hábito da classe privilegiada de rir da cara da classe mais baixa. Ontem, o The Times, rebateu a crítica do Guardian (que aliás, é um jornal com a linguagem menos acessível e o público mais alto-nível de todos), dizendo que absurdo mesmo era achar que os Chavs são produtos da própria sociedade e sentir pena de um grupo de pessoas que na verdade escolheu ser o que são - incetivados pelo próprio governo, que cobre o cidadão de benefícios mal o primeiro obstáculo aparece. O Times, que é um jornal de direita, anti-blair, terminou dizendo que, quer saber, tem que rir da cara deles mesmo - pra não chorar.

Achei ótimo. Da minha parte, sou a favor do argumento mais conservador do Times. Eu moro num bairro que tem metade da população composta de Chavs: é só dar uma passeadinha na high-street, a rua principal, e fica difícil não esbarrar em um dos inúmeros carrinhos de bebês sendo empurrados por meninas que mal saíram da puberdade, ou não ver grupos de moleques bebendo as 10 da manhã e acendendo cigarros dentro do ônibus, onde sabem que é proibido fumar. É impossível sentir pena deles, principalmente sabendo que esse é um grupo de pessoas que têm oportunidades que ninguém num país de terceiro mundo têm, e mesmo assim, escolhem tirar proveito só daquilo que os convém. Por isso a infinidade de filhos e a rejeição ao trabalho: pais desempregados recebem dinheiro do governo por tempo indeterminado.

O Reino Unido é um país que só prospera, com uma taxa de desemprego baixíssima, com escolas disponíveis pra todos: qualquer um, principalmente cidadãos, que quiser arrumar trabalho e estudo, consegue. Não é falta de oportunidades: é preguiça mesmo.

Sou anti-Chav total.

12.4.06

Banda nova

Não é a toa que eu ando meio desligada do mundinho eletrônico. O rock britânico anda, well, R-O-C-K-I-N-G. Sai uma banda melhor que a outra todo mês! Hoje mesmo de manhã tava lendo o jornal com a tv ligada no Channel 4 music e passa o vídeo dessa banda chamada The Fratellis . A música era Creepin' Up the Backstairs, e apesar de o som seguir a linha new-punk dos Artic Monkeys/Libertines/toda-a-nova-escola-indie-britânica, eu não consegui parar de mexer o pézinho. Eles estão juntos desde 2004, e pelo visto estão despontando pra fama só agora. O primeiro EP acabou de sair semana passada, mas seguindo a estratégia dos próprios Monkeys de gerar recomendações boca-a-boca até a mídia descobrir e cair em cima, os singles estão disponíveis no Myspace e no site da banda.

Fiz a minha parte: não é a toa que esse blog se chama Word of Mouth. :)

By the way, eles vão tocar dia 21 no KOKO em Camdem Town , na noite da revista NME. Achei que é meu dever comparecer na noite e comprei ingressos (por míseras 5 libras). Antes que eles fiquem famosos.

11.4.06

Deu no NY Times...

"Aproximadamente onze milhões dos mais de 15 milhões de usuários registrados no Orkut informam residir no Brasil – uma figura fantástica, dado que as estimativas dizem que apenas 12 milhões de brasileiros acessam a Internet de casa."

Hm. E quem disse que precisa ter Internet em casa pra estar no Orkut? Eu lembro que na minha penúltima ida ao Brasil em 2004, eu estava no supermercado comentando com um amigo a chamada de capa da Superinteressante sobre a mania do site, quando o menino do caixa levantou a cabeça e falou com olhos brilhando: "Vocês também tem Orkut? Entrem na comunidade de Balneário!"

Eu até tentei convidar uns gringos pra entrar, mas aqui o Orkut não bate o MySpace. Lá quase não tem brasileiro.

E isso que tem muito brazuca no Orkut que diz ser do Zaire ou do Nepal.

via No Mínimo.

10.4.06

It's the First Day of the Rest of Your LIfe

Fim de semana meio aéreo, depois da rejeição. Por incrível que pareça, parece que a carta foi um chute no traseiro, mandando eu parar de olhar lá na frente e fazer o que tem que ser feito agora. Agora. Tenho duas semanas pra entregar o primeiro draft da monografia, que está pela metade e completamente out of focus. Á gota d'água foi passar a noite em claro, revirando na cama enquanto revirava a tese na cabeça. Acordei, entre mais um pouco em pânico e liguei pro meu orientador. Man, I can't fuck it up now, help me out. Não ajudou muito, só disse que eu devia relaxar e pensar nas evidências. Tudo é evidência. Good luck, see you in a fortnight. Don't fuck it up.

8.4.06

:/

Não deve existir uma coisa pior do que receber uma notícia ruim quando se está de ressaca. Acordar de manhã com a cabeça explodindo e achar uma carta no chão da porta da frente. Dor de cabeça em cima de dor de cabeça.

Pois bem, a LSE não me aceitou pra fazer o mestrado. Fui rejeitada. Segunda derrota do ano, e mal começou abril.

Nem estou assim chateada, na verdade. Eu sou acostumada a receber nãos o tempo todo. O problema é que pela primeira vez em anos eu não tenho um plano B. Na verdade o mestrado já era o plano B, o que significa que eu não tenho um plano C. Pela primeira vez em o que, 8 anos, eu não sei o que me aguarda no futuro. Não sei o que vai acontecer daqui pra frente, se vou, se fico, se faço ou não faço. Não é nem questão de fazer ou não: é questão de O QUE fazer e AONDE.

Meu futuro é um papel em branco. Sensação esquisita essa. Não sei se é ruim ou bom ainda.

7.4.06

Quem disse que politica e techno nao se misturam? :P

Há! É por isso que eu acredito no poder da blogosfera: o professor de direito Glenn Reynolds , o blogueiro mais influente dos Estados Unidos (e provável que do mundo), o cara que ajudou na queda e renúncia de políticos (caso Trent Lott) e âncoras (caso Dan Rather da rede CBS) extremamente poderosos, é também, adivinhe só, produtor de techno . Em entrevista a revista Wired em 2004, ele fez uma lista dos sites que mais visitava, e entre portais de política e notícias, lá no meio tinha isso:

Mix magazine
www.mixmag.net
Most of my readers don't know I'm a dilettante techno musician . Mix keeps me up on what's happening in the UK club scene - new music, new DJs, what Rob Tissera likes for breakfast - plus I get a free CD with each issue.


Quem diria. Um dos maiores intelectuais do mundo político da atualidade lê a revista mais vassourada do mundo clubber - e ainda chama de "Mix". Muito interessante.

Ta' aberta a temporada...

...de planejamento de verão. Foi só a temperatura subir um pouquinho (13º C! woo-hoo!), já sai todo mundo pra rua de chinelos com aquele sorrisão na cara. E já começa as preparações pra temporada quente: passa tão rápido que o negócio é tentar aproveitar o máximo e encaixar o maior número de viagens/gigs/eventos/festivais/pic-nic-no-parque que der, senão quando ver, lá vem o céu cinzento de volta.

Eu resolvi começar a temporada mais cedo. Vou me jogar na ilha de Mallorca, na Espanha , pro meu aniversário fim do mês. Depois de terminar essa monografia, tô achando que eu vou merecer um breakzinho.

6.4.06

Club pra ingles ver

A DJ magazine dessa quinzena publicou a própria lista dos 50 clubs mais quentes do planeta (não saiu no site, uma pena). O Warung ficou em 19º lugar, caindo 16 posições desde novembro do ano passado quando a MixMag decidiu que o club itajaiense era o terceiro melhor do mundo. Não que a revista não decidisse puxar o saco do que pra mim é um dos clubs mais elitistas do mundo (R$ 200 de entrada em noite só com residentes no line-up, vai cagar) - saiu chamada na capa (Paraíso encontrado!) e matéria de duas páginas com o repórter contando as vantagens de ficar hospedado na mansão que Gustavo Conti divide com Leozinho, virando "caipRinhas" e babando na mulherada. Esse povo do Warung sabe mesmo como fazer um marketing pra inglês ver.

A lista da revista também não é lá muito confiável, anyway. 600 djs votaram nos clubs favoritos de cada, e ao ver que vinte dos cinquenta clubs escolhidos são britânicos, é de se perguntar se eles não andaram puxando a brasa pra sardinha deles. Certos lugares pra lá de cheesy como o KissdaFunk em Leeds e o Air de Birmingham, casa da festa blubber Godskitchen ficaram a frente do clubinho-cool Herbal, e a instituição parisiense que e' o Rex ficou em último. E no top 10, quatro são espanhóis véios de guerra (Amnésia, Pacha, Space, anyone?), e a santa trindade clubber ficou com a Fabric, o The End e a Turnmills, nessa ordem. Esse última categoria não chego a discordar - o The End continua sendo favoritíssimo pour moi, mais por causa da Trash nas segundas, e da Chew the Fat uma vez por mês.

Outro club brazuca que entrou pra lista foi o D-Edge paulista, em 34º, "por causa do mega-equalisador na parede."

5.4.06

We Media em Londres


A segunda versão do fórum global We Media, sobre novas tecnologias no mundo da comunicação vai acontecer aqui, em maio. Vai reunir todos os grandes players da área no momento: blogueiros Americanos (incluindo Jeff Jarvis do Buzzmanchine, Dan Gillmor do Bayosphere e David Sifry do Technorati ) jornalistas e chefões das maiores empresas de mídia do mundo (BBC, Reuters, you name it), e vão discutir em dois dias todas os aspectos do mundo tecnológico que andam abalando o mundo jornalístico: blogs, podcasts, flickrs, gadgets, youtubes, e principalmente o uso de tudo isso pelo cidadão comum.

Imagine se eu já não fiquei com os dedos coçando aqui. Todos os caras que eu ando cobrindo na minha monografia vão estar lá ao vivo e em cores, e anda vão estar dando updates no meu tema. Pequeno porém: custa módicos $795 (mais ou menos £400) pra participar. Alguém aí se habilita a financiar uma pobre estudante a participar da conferência?

Adivinha quem e' esse figura da foto?


Dica: já concorreu a presidência 3 vezes (e vai concorrer esse ano de novo: e' brasileiro e não desiste nunca!) e costumava ser a diversão do horário eleitoral sempre que vociferava o próprio nome no final de cada discurso.

4.4.06

Fim de carreira


Ando me divertindo com a maneira que os jornais andam destruindo Sharon Stone e essa última tentativa desesperada da loira se firmar como sex-symbol-depois-de-véia em Instinto Selvagem 2. O Sunday Times foi particularmente impiedoso: não só disse que aos 48 Stone não está em forma pra alguém dessa idade, mas sim pra alguém com dinheiro pra fazer plástica, ainda chamou a moça de "uma imitação brilhosa, retocada, e levantada de uma deusa do sexo que não consegue mais ser sexy." Disse ainda que uma época eles chegaram a acreditar que a loira tinha talento, como em Casino. Hoje em dia, só dá mesmo é pra rir da cara da coitada.

Ui. Depois dessa eu enfiava uma faca no peito e me aposentava. :P

"And I Thank Yoooouuu....

... for bringuing me heeeeere, for showing me hoooooome..."



Ainda tá soando alto aqui o show do Depeche Mode de ontem a noite. Confesso que eu não estava arrancando os cabelos de empolgação - e a primeira vista o público também parecia não estar, de tão civilizado e uniforme que era - até o vocalista David Gaham arrancar a camisa e chacoalhar as tatuagens pelo palco enquanto cantava "Personal Jesus." Mas esse não foi o ápice do show, que foi bastante equilibrado entre hits clássicos e novidades. Pra mim, a melhor parte foi quando o guitarrista Martin Gore, de saia de couro e asas nas costas, pegou o microfone e cantou a lindíssima "Home" , do álbum Ultra de 97 (o momento da foto aí de cima, tirada com o celular). Aí eu até sentei, hipnotizada com a finesse da voz dele, pela letra da música e pelos beats super sexy. Não adianta, eu sou uma eterna sucker por melodia, baladeira no último (no sentido de gostar de "balada = música melódica", não de "balada = festa/noite"). Aliás, todos os momentos que o Gore assumiu os vocais foram mais memoráveis do que as investidas performáticas de Gaham.

O mais irônico foi que no fim das contas esse foi um show mais pra se assistir do que dançar. Além de o set list ter sido quase igualmente dividido entre hits de pista e baladas cheias de reflexões sobre o lado dark da vida, no palco os telões se posicionavam cada hora de uma maneira diferente, mostrando a banda em contexto com grafismos e imagens referentes a letra da música que tocava.

E Gaham, hm, só dava ele.

Bem bom.

Aliás, falando em show civilizado, explico: não só uma grande porcentagem da platéia já tinha passado ou estava beirando os 40 (Depeche Mode não é da minha época, menino!), mas também foram uns exemplos de educação. Quando todo mundo se levantou das cadeiras, e eu e a minha comparsa de 1 metro e meio Santie perdemos quase que a visão total do palco, um casal girafa perguntou se a gente não queria trocar de lugar com eles. Quando ainda assim não funcionou, dois funcionários viram nossa situação, chamaram a supervisora e conseguiram lugares pras duas nanicas na arquibancada, do lado do palco.

A educação britânica ainda me surpreende.

1.4.06

Ainda to com a pulga atras da orelha...

... com essa questão imigratória sendo debatida essa semana no Congresso Americano. Á primeira vista, acho bastante interessante a idéia do Presidente Bush de criar um programa de trabalho temporário que vá legalizar os mais de 11 milhões de imigrantes ilegais no país (acho que pela primeira vez na vida eu concordo com uma proposta vinda dele) - ainda que ao mesmo tempo planeje reforçar as bordas com o México. Por outro lado, é óbvio que isso está no interesse das mega-corporações de contratar trabalhadores por salários absurdamente módicos, fazendo o trabalho que Americanos não querem fazer, e do governo de embolsar as taxas que esse povo todo deixa de pagar.

Não sei direito ainda até que ponto isso vai trazer benefícios ou consequências a longo prazo e para qual dos lados. Sei que a proposta de legalizar é infinitamente melhor do que criminalizar imigrantes sem papéis como alguns republicanos querem - os que não param pra pensar que se isso acontecer, a economia Americana desaba. E pelo menos isso vai acabar com o medo generalizado que assola a vida dos ilegais. Quando morei nos EUA, eu convivi com dezenas de brasileiros e latinos em geral que viviam em constante alerta, estagnados em sub-empregos em condições desumanas, sendo mal-tratados e engolindo porque não tinham a liberdade de sair e procurar outro lugar mais decente. Tinham que dar graças a deus de ter achado alguém que os desse algum trabalho e não se importasse com os documentos falsos, por mais que os horários fossem absurdos e o salário insignificante. Isso sim tem que acabar.

Brasileiro tem em tudo que e' canto...

... ate' no espaço . E não é que o Coronel Marcos Pontes aportou mesmo na Estação Espacial Internacional? E ainda levou uma bandeira do Brasil e uma camiseta da seleção - pra ajudar o Brasil a ganhar a copa. Heh.

Transamerica

Acabei de chegar do meu cinema favorito, o Greenwich Picture House. Nessa época onde tudo é massificado e corporativo, é ótimo ter cinemas locais e independentes, com uma programação mais autônoma. Lá sempre rola sessões vespertinas de filmes antigos (de Breakfast at Tiffany's a Back to the Future), e vez ou outra rola festivais temáticos e open-session com diretores. Bato cartão quase toda semana.

Vi Transamerica, o filme onde a desperate housewife Felicity Huffman encarna um transexual que descobre ser pai de um adolescente uma semana antes de se submeter a uma operação de mudança de sexo. A história é ótima, sem apelar um minuto pro lado melodramático, e cheia dos momentos hilários sem cair no clichê gay. Aliás, por mais que o filme repita a fórmula de road trip gay (Priscilla, Wong Foo), esse não é um filme sobre sexualidade como é sobre família e aceitação. E por mais que eu ache que a voz de Huffman não convence como sendo masculina, todo o resto estava impecável: os trejeitos, os costumes, a fachada. Achei bem bom.