26.6.06

By the way...

... a greve dos professores terminou duas semanas atrás e meu resultado final saiu. Me formei com 2.1, a segunda nota máxima (algo como ter tirado B, numa escala de A a F). Tô satisfeita. Agora só falta a cerimônia de graduação, mês que vem.

Falando em acabar a palhaçada...

...minha mãe chega amanhã. heh. Estou preparando pra acordar a turista dentro de mim, porque vai rolar some serious sightseeing na capital.

"Sleeping Giant" :P

Tô pensando em parar de assistir os jogos da Inglaterra. Não só porque o futebol é entediante, mas porque não deve existir uma torcida mais xarope do que a inglesa. Por que diabos eles precisam cantar o hino nacional de 10 em 10 minutos, e tão alto que chega a apagar a voz do narrador? E por que raios o narrador tenta amenizar a situação quando o time inglês faz uma cagada atrás da outra com "that's a lovely kick"? Tomara que Portugal mande logo Beckham e companhia pra casa semana que vem, assim já acaba essa palhaçada.

Salmonela em chocolate?

Saiu nos jornais de domingo que a marca de chocolates Cadbury, a maior de UK, teve que tirar mais de um milhão de chocolates das prateleiras depois que foi detectado resíduos de salmonela nos chocolates, uma bactéria que ataca o estômago e causa febre, vomito, diarréia e dores no corpo. Mais de 50 pessoas foram parar no hospital por causa do bug. Fiquei encucada. Lembrei que semana passada ganhei dois bombons da marca, e lembro de ter comido meio a contra gosto, porque nem gosto muito desses chocolates. Será que eu fui uma vítimas?

24.6.06

O show do Massive Attack...


... ontem foi tudo o que eu esperava que fosse ser, e melhor, foi tudo o que eu queria que fosse. Chegamos no festival meio tarde já, 6 pm, e pegamos o final do show do rapper (e sexy de plantão) Pharell Williams. A sorte era que a cada show que terminava, a multidão se deslocava em direção aos banheiros e bares e ia abrindo espaço. Foi assim que fomos chegando cada vez mais perto do palco e depois do show do Flaming Lips - que foi uma loucura completa, com direito a super-heróis e papai-noéis no palco, mega balões voando pra tudo que é canto e uma entrada fenomenal do vocalista Wayne Coyne dentro de uma bola de plástico - a gente foi parar na fila do gargarejo e viu o Massive Attack de frente pro palco. Depois de lançar uma coletânea de greatest hits, era óbvio que eles iam acabar tocando exatamente isso, o que me deixou bastante feliz. 'Angel', 'Teardrop', 'Unfinished Sympathy', a maravilhosa 'Safe From Harm', 'Karmakoma', 'Inertia Creeps', todas as músicas com seus vocalistas originais (Elizabeth Fraser na foto acima, Shara Nelson, o magnificente Horacy Andy), incluindo Terry Callier cantando o novo single 'Live With Me'. Mas a surpresa maior foi o fato de não só Robert Del Naja e Daddy G abrirem o show juntos com "Risingson" , ambos estavam na maior das amizades, dando apertos de mão e hi-fives, e trocando olhares de aprovação. Pra quem tem uma história de brigas e desentendimentos bem documentada pela mídia, foi uma revelação que consagrou um dos melhores shows que eu já vi na vida.

Pra ver algum dos melhores momentos, vai clicando nos links. Aquela coisa, resolução e técnica shite (filmar com máquina fotográfica dá nisso), mas o que vale é a intenção né?

23.6.06

Thank god for the internet.

O que seria da gente sem a internet (e conexão broadband). Graças a ela, hoje assistimos o jogo do Brasil com narração do Galvão Bueno... via skype! Ligamos pelo skype pro meu sogro no Brasil, que botou o microfone grudado na caixa de som da TV enquanto a gente botava o laptop aqui no sound system de frente pra tv. Ficou perfeito, sincronizadissimo, e finalmente matamos a vontade de ouvir um grito de gol decente (4 deles!), com músiquinha da copa e tudo. Porque vocês não sabem o que a gente passa aqui com a sem-gracera da narração inglesa.

21.6.06

Sergio Mendes: Timeless


Eu citei o Sérgio Mendes no post anterior, e acabei lembrando que fazia semanas que eu queria baixar o novo álbum dele e sempre esquecia. Baixei ontem e achei uma maravilha: virou a trilha sonora de verão da semana. Eu tinha lido uma entrevista com o cara num jornal de domingo a tempos e tinha ficado curiosa pra saber o resultado da união de uma lenda da música brasileira com o Will I Am do Black Eye Peas, que é um grupinho mestre em fazer hits pop grudentos e enjoativos. E diz que foi simples assim: um dia Will bateu na porta do brasileiro carregando uma penca de vinis velhos do músico, disse que ele era a maior influência musical dele e que adoraria fazer uma colaboração com o velho. Deu certíssimo: Will chamou uma constelação de colaboradores do hip hop e soul, incluindo Stevie Wonder, Erikah Baduh, India Aire e John Legend, e juntos deram uma cara novíssima pra clássicos como Mas Que Nada, Bananeira, Surfboard e Samba da Benção. O resultado virou uma salada mista de forró e hip hop (fo-hop!), samba e rap, bossa nova e R&B – uma combinação deliciosa das culturas africanas que influenciaram tanto a música americana quanto a brasileira. Genial.

19.6.06

To de molho...

... pela primeira vez em anos. Peguei um daqueles vírus gástricos, que a gente nunca acha que pega até, bom, pegar. E por ignorância, por não lavar a mão antes de comer quando num dia se passa a mão nos mesmos corrimãos, maçaneta de porta, etc etc que milhões de londrinos passam também. E foi no meio do jogo do Brasil que uma febre absurda começou, um frio descontrolado, tremedeira, uma dor insuportável nas pernas e na cabeça, e todo mundo achando que as lágrimas nos olhos e o arrepio na pele eram de emoção. Como dizia o Sérgio Mendes, mas que nada. Saí carregada, e fui parar no walk-in centre pra tomar soro. Agora tô em casa de molho pelos próximos três dias.

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Daí com tempo sobrando resolvi finalmente criar minha conta no YouTube. É tão mais legal poder mostrar videozinhos pros amigos do que fotos! Postei dois pra inaugurar: um da comemoração do primeiro gol do Brasil contra a Austrália, e um dos meus gatos Nick & Quincas em uma de suas lutinhas diárias.

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Continuo assistindo as três partidas de futebol diárias - ou pelo menos parte delas, enquanto faço outras coisas. Pelo menos uma coisa importante até agora eu aprendi a entender (além de agora saber explicar impedimento, corta-luz, bola invertida na intermediária, e saber quem joga no Chelsea/Barcelona/Lyon/Real Madrid), e a verdade é que o cérebro feminino se difere do masculino por ser o que se chama de multi-tasking: mulher fica entediada com futebol porque não consegue manter a atenção por muito tempo nos jogos. Tem que fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo. Mulher fala no telefone, escreve email, cozinha no fogão e lê o jornal enquanto corre atrás do filho pequeno, tudo ao mesmo tempo. Homem, em geral, tem uma visão mais simplista das coisas: concentra numa atividade e só naquilo.

Tirando a copa do mundo, onde a qualidade do futebol faz com que qualquer desatento vire fã de jogadas memoráveis (e talvez a Champions League, e a European Cup), normalmente tem que ser bastante "concentrado" pra sacar daonde está vindo o talento, quem é que consegue dominar a bola com sabedoria e raça. E mulher, bom, mulher gosta de se dividir em 10 e prestar atenção em tudo um pouco (isso é uma generalização enoooorme, mas ando vendo que funciona na maioria dos casos).

Dito isso, futebol é um esporte, como já disse antes, deveras interessante, e se eu não virar fã de verdade, pelo menos vou ter desmistificado essa idéia de que mulher não entende de futebol.

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Aliás, lendo a revista Men's Health do namorado (tô falando que eu entrei numas de entender o universo masculino), uma pesquisa feita por uma rede de sport pubs revelou que 59% das mulheres sabiam explicar a regra do impedimento, comparado com só 54% dos homens. E depois falam que futebol é coisa de macho...

11.6.06

Fever Pitch

Football Craze Mode: On.

Começou a febre. Aqui, menos que no Brasil claro, a Copa é um evento de fazer parar a rotina de todo mundo - ou melhor, de fazer parar a rotina dos homem ingleses, porque inglesas se interessam no máximo pelos modelitos fashion das esposas dos jogadores. Os ingleses são obcecados com futebol, só que diferente do Brasil onde o esporte une a nação num patriotismo de fazer inveja aos americanos em época de guerra, aqui futebol transforma os ingleses num bando de animais enjaulados, prontos pra destruir o primeiro infeliz que cruzar o caminho deles. Parece que é só o Beckham tentar encostar na bola que a testosterona dos machões ingleses explodem - e aí misture uma dose cavalar de hormônios com inúmeras pints de cerveja, e pronto: aí que você vê daonde que surgem os Hooligans. Tô tentando acompanhar os jogos de casa (quando a inglaterra joga) e o resto em pubs menores onde a concentração de grupos de homens vestindo a camisa da cruz vermelha é menor. Nos jogos do Brasil vou me unir á comunidade mesmo. Tá cheio de festa/bar/pubs brazucas com comida, bebida e bateria de escola de samba, e não vejo a hora da Seleção entrar em campo na terça.

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E pela primeira vez EVER, tô assistindo TODOS os jogos. Três por dia, o namorado tá adorando. É agora ou nunca que eu aprendo a entender de futebol.

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Incrível como andar com a camisa canarinha pela cidade, principalmente nessa época, faz as pessoas arregalar os olhos. As pessoas te abordam, com o sorriso aberto, te respeitam.

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Na falta do que comemorar, os ingleses ficam reprisando na TV o gol contra do Gamarra - atribuindo ao Beckham, of course. Uns com muito, outros com tão pouco...

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O blog da soninha está imbatível na cobertura da copa. Não só porque ela faz análise de primeira, mas porque ela conta todas as curiosidades e faz observações ótimas de quem saiu do Brasil faz pouco tempo e tudo é novidade. Fora os bastidores da cobertura que eu sempre quis saber e ninguém nunca fala. Vai lá depois.

5.6.06

I'm On Stand By.

Semana de muita reflexão. Nada tem acontecido de concreto, nothing exciting anyway. Casa->Trabalho->Casa, com uma saidinha ou outra pra tomar um drink a noite, ou uma espreguiçada no gramado de um parque se o tempo ajuda. Tenho lido o jornal de cabo a rabo, incluindo o caderno de esportes, que eu nunca antes tinha sequer pensado em abrir. E sabe de uma coisa? Futebol é um esporte invariavelmente interessante. E agora, em época de Copa do Mundo, esse hábito novo tem transformado pra melhor meus bate-papos com seres do sexo masculino, que ficam meio surpresos quando eu saio com uma frase tipo: "você viu aquele drible brilhante que o Ronaldinho fez em cima do John Terry aos 34 minutos do segundo tempo no jogo do Barcelona contra o Chelsea na Champions League?" É bom ter assuntos diferentes, principalmente quando o tema central das minhas conversas com os outros é: "E aí, o que você pretende fazer de agora em diante?"

Aquela preguiça/cansaço/tédio tem começado a se enraizar com força e enquanto me deixo levar, tento entender os motivos. Não precisa de nenhuma sessão de terapia freudiana pra entender o que está acontecendo. Simplesmente, o meu senso de objetivo acabou com a entrega da monografia. Enquanto eu estava fazendo essa faculdade, eu tinha o tempo ao meu favor: falta três anos ainda, falta dois, falta 10 meses, tenho tempo pra decidir o que vai acontecer quando eu terminar. Terminou e ainda não acendeu nenhuma lâmpadazinha em cima da minha cabeça, não tive nenhum momento "Eureka!". Eu ainda não abandonei aquela idéia adolescente de que só vale a pena viver/fazer as coisas se tiver paixão.

O problema é que eu não tenho paixão por nada em particular. Eu gosto MUITO MUITO de várias coisas. Tenho paixão talvez por encontrar uma paixão. Conta?

Não paixão no sentido romântico, you silly. Essa parte, graças a deus, tá resolvida e acertada, até que enfim. A paixão que eu falo tem a ver com objetivos, com idealismo, com a urgência de abraçar o mundo e escalar paredões, de sentir que vale a pena suar e se entregar. A paixão que eu senti quando eu aprendi a ler aos 5 anos, quando descobri o ballet aos 12, quando descobri o mundo clubber aos 16, quando resolvi sair do Brasil aos 20. Foi tudo em nome do coração que batia mais forte no peito, da adrenalina de saber que desafios e novidades requerem um fervor quase religioso pra serem conquistados.

Costumo pensar que tenho sorte, mais do que determinação. Se conquistei alguma coisa nessa vida, foi por entusiasmo por algo novo e interessante, invés de trabalhar duro. Eu nunca trabalhei duro por algo que eu não acreditei que valesse a pena. E o que me deprime mais é saber que a vida até pode ser feita de paixões, mas as paixões secam o tempo todo - e se não viram amor, não vão a lugar algum. Parece imaturo pensar assim a essa altura do campeonato, parece que ouço a eterna frase "Minha filha, se preocupe em assegurar o seu futuro e depois você faz o que gosta" ressoando em repeat mode no background. Mas não consigo me mover direito sem esse combustível.

Na minha cabeça não tenho planos no momento, mas como as pessoas precisam o tempo todo que você demonstre que sabe o que vai fazer no futuro, os "planos" são o seguinte: juntar o máximo de dinheiro que eu conseguir e conhecer o resto do mundo, ajudar pessoas em situações menos privilegiadas, aprender outra língua, escrever um livro/um filme, estudar mais um degree, e quem sabe, no final de tudo isso, voltar pra casa que eu ainda não tenho e arrumar um emprego fixo que satisfaça minhas carências financeiras e emocionais, construir um ninho e uma família, e viver em paz comigo mesma.

Bonito né? Isso pra mim é que é ter planos concretos.