29.5.06

Barcelona

Ok, então vamos lá.

Barcelona é uma cidade apaixonante. Mais apaixonante do que todas as que eu já visitei ou morei (e até que posso dizer isso com uma certa autoridade, afinal já morei/visitei 12 metrópoles/cidades fora do Brasil nos últimos 4 anos). É lógico que o fato de eu ter ido passar 4 dias fazendo festa com duas amigas influenciou muito, mas a cidade em si tem vários aspectos que eu procuro: sol, calor, praia, cultura forte, povo cabeça aberta, educado e gente fina, noite que ferve até altas horas, comida fresca e temperada, arquitetura deslumbrante, e um time de futebol de dar orgulho (muito graças aos brasileiros, mas vá lá). A imagem que eu tive foi a de um Brasil melhorado - apesar de que andar sem prestar atenção na bolsa não é costume como em outras cidades da Europa, mas nada que brasileiro não esteja preparado e acostumado.

Ficamos em dois albergues durante a viagem, minha primeira vez. Absolutamente recomendável: os dois albergues eram pequenos, mas limpos e aconchegantes, pareciam mais a casa de alguém do que um hotel. Todo mundo se reunia na sala fim de tarde pra se conhecer, abrir a geladeira e fazer um snack, ou usar os computadores. E todo dia tinha gente nova. Nos dois consegui bookar quartos private pra três, o que ajudou muito na hora de se arrumar pra sair, de ficar batendo papo depois da balada, de dormir sem ter gente entrando e saindo do quarto.

E as baladas foram o melhor de tudo. Os espanhóis começam tarde como os brasileiros, e por ordem passam por barzinho, lounge, clubinho, club, clubão, after - tudo na mesma noite. Todo mundo vai seguindo o roteiro, vai se encontrando depois nos mesmos lugares, e quem não quer ir o resto do povo arrasta. Depois a gente se tocou que o fato de sermos três mulheres ajudou a conhecer outras pessoas (não foram só homens, tá), e ajudou a conseguir privilégios, mas prefiro também pensar que os espanhóis são abertos a gente nova e querem incluir todo mundo na diversão. Aí também me lembrou da época boa das festas no Brasil, quando o que importava era conhecer mais gente interessada na mesma coisa, não excluir - como parece que está acontecendo hoje em dia.

De dia era praia. De novo, mais gente cabeça aberta e, diga-se de passagem, muito bonita. Na ponta sul (acho que era sul) de Barceloneta muitos gays e mulheres topless, todo mundo deitado na areia e só um bar servindo drinks e tocando tech-house all day long. Mas não ficamos só lá. Por recomendação ( e tudo funcionou por recomendação - em quase nenhum momento precisei apelar pro guia), fomos pra uma praia a 30 min da cidade, Sitges. Uma cidadezinha minúscula e tortuosa, com uma comunidade gay bastante afluente. Acho que fomos na época certa: a temperatura estava quente, mas agradável (23º C), e não tinha muito turista.

Só fizemos sightseeing no último dia, e foi o que me deixou meio frustrada. Não tem como ver ou apreciar todos os monumentos da cidade, e só as obras lisérgicas de Gaudí são de tirar o fôlego. Depois do Duomo de Milão, a Sagrada Família foi a igreja mais absurda e interessante que eu já vi na vida, mas tem que ver com calma - é detalhe demais.

Depois de 4 dias cheguei em Londres completamente exausta (acho que não dormimos mais do que três horas por manhã), mas feliz. E ainda vou voltar, muitas vezes, pra lá.

1 comment:

Anonymous said...

Excellent, love it! »